Dia Mundial dos Oceanos
Junho 8, 2020
Tempo de Leitura: 3 minutos

por Laura Tomás

O Dia Mundial dos Oceanos tem como principal propósito a celebração e a lembrança da importância que os oceanos têm para nós e para o planeta. O tema do ano 2020 é ‘A inovação para um oceano sustentável’ e para descobrirmos um pouco mais sobre a atualidade que vivemos nos oceanos, viajámos até aos mares da Grécia com Violeta Lapa, da Oceans and Flow.

Violeta Lapa é a fundadora do Oceans and Flow, formadora e produtora deste projeto. Além disso, é mergulhadora e tem experiência em terapia aquática, incentiva práticas na Natureza que permitam as pessoas empoderar a realização dos seus sonhos.

Sobre a premissa da descoberta interior, essência e segredos da ilha de Amorgos, por trilhos desconhecidos e deslumbrantes palcos subaquáticos, surge uma viagem única à Grécia, através da Oceans and Flow. Os passos dados desta viagem resultaram num filme, Meraki, e a história desta jornada é contada e refletida nas palavras, sabedoria e experiência de quatro locais:  Apostolia Papadamaki, coreógrafa e professora transformacional; Dimitris Synodinos, que dirige uma escola de mergulho e é instrutor de Feediving ; Vangelis Vassalos, Herbalista da ilha; ARCHELON Rescue Center, um centro de salvamento de tartarugas marinhas. 

A ilha, onde se filmou o icónico Le Grand Bleu, de Luc Besson, que reflete uma imensidão azul, de uma beleza inigualável, atualmente atravessa algumas dificuldades e desafios, face à poluição dos oceanos. No filme MERAKi, o principal propósito não era, de todo, abordar esta questão, mas ela estava lá, e tinha de ser partilhada. O navio naufragado, que serviu de cenário para o filme, encontra-se rodeado de lixo no mar – “há mesmo muito plástico, dentro do mar, quase nem se consegue ver nada, como partilhamos no filme”. As eco ações acontecem em todas as edições Oceans and Flow, como refere Violeta Lapa, o seu principal objetivo é “sensibilizar, tocar e transformar, aquando os materiais são recolhidos, para se repensar como é feito esse descarte, e o que as pessoas percebem, é que, de facto, encontram muitas coisas da utilização diária e deitam fora, não tendo noção de estas que vão parar ao mar e às praias”.

 Segundo, Violeta, “ouve-se muito falar em educação ambiental, mas a questão é a forma como vemos esta educação ecológica, e o MERAKi fala dessa ecologia, através das palavras de Vangelis, e explica o que quer dizer a palavra ecologia, e como nós somos essa ecologia. Durante muito tempo via-se esta relação com o ambiente, mas não havia uma interligação, este coexistir com as espécies.

Ainda, no filme, um dos momentos partilhados, é a experiência na Archelon Rescue Center, um hospital que existe há 20 anos e que não tem quaisquer apoios do Governo, e que sobrevive através de doações, presença e partilha dos voluntários, que são uma peça fundamental do centro de tratamento de tartarugas.  

A ligação com a poluição, é clara: uma das principais causas  destas tartarugas feridas é o plástico, além dos pescadores. “Foi muito forte. O dia a dia no hospital é muito duro. Para cuidar destas tartarugas, só mesmo pessoas com um grande coração,  e com um grande amor pelas tartarugas, conseguem ter estofo. Porque estas tartarugas estão mesmo muito debilitadas, quase a morrer, e eles são os ‘anjos do serviço’. Há algumas tartarugas que não recuperam – não têm capacidade ou autonomia para voltarem aos oceanos. Mas muitas, sim, voltam para o seu habitat. Eu adoraria poder apoiar mais a Archelon, passando a mensagem deles,  e que mais pessoas se envolvessem como voluntárias”, afirma Violeta.

Archelon, para sobreviver, tem programas disponíveis,  de contribuição financeiramente para que possam garantir serviços veterinários com os equipamentos e materiais necessários. É um voluntariado pago, mas é uma forma de poder financiar o hospital e missão de Archelon. Apesar da experiência que é retratada no filme MERAKi acontecer em Glyfada, estes centros existem em diferentes locais na Grécia.

Num momento em que se apela a ideias, ações e inovação para um oceano mais sustentável, em Portugal, a Oceans and Flow, partilha um pequeno contributo, em português, para a grande imensidão deste espaço vital do nosso planeta. E a grande questão que Violeta nos lança, neste dia de consciencialização dos oceanos é: “uma das questões que é lançada neste Dia Mundial dos Oceanos, é: o que é que uma pessoa está a fazer no dia a dia para cuidar da natureza?”